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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Hortelã com abacaxi


Logo no início do 1º período do meu curso eu, sujeito individualizado e (ainda/até aquele momento) só, estava meio que perdido pelo CCH (Centro de Ciências Humanas da UFMA - é onde funciona o curso de Psicologia dessa instituição). Até aqueles bancos de cimento do já citado prédio eram novos para mim e todo resto também o era. Havia terminado a aula de um determinado professor (não importa quem era). Nem me recordo se Samiris (que é uma grande amiga minha e possível colaboradora deste blog) estava comigo ou se pelo menos já havia falado com ela. Estando ou não, conhecendo ou não, senti necessidade de citá-la neste escrito. Extraiam disso as conclusões que desejarem.

Feliz ou infelizmente Maurícia e Adrianne (abro esses parêntese para dizer que a mesma legenda aplicada a Samiris também se aplica a elas) também estavam lá. Felizmente pelo o que acontece depois desse episódio e infelizmente pelo próprio episódio que eu incauto (como sempre?) causei. 
Nada contra abacaxi com hortelã! Eu adoro essa combinação. Adoro abacaxi com hortelã.

ADVERTÊNCIA A LEITORES FUNDAMENTALISTAS: Claro que não coloco um copo de suco de abacaxi com hortelã em um altar e fico rendendo cultos a ele. Não levem a sério algumas de minhas palavras. Não quero que se enganem.

Mas o abacaxi e hortelã acrescidos de minha presença não dão bons resultados. Foi minha tristeza aquela tarde. Ainda sinto vontade de tomar um copo desse suco, mas nunca mais o fiz... Ah abelhas! A culpa é de vocês (já chego nelas).
A aula terminou. Eu, elas, nós estava (m) (os) com fome (não tenho certeza se já formávamos um grupo nessa época, por isso todos esses pronomes). Fomos  então a lanchonete. Elas fizeram seus pedidos. Eu, o meu:

- Abacaxi com hortelã. - Não sei se a senhora tomou minha fala como um insulto ou algo assim, sei que ela respondeu veementemente:
- ABACAXI COM HORTELÃ! - Gritou com voz esganiçada. A outra senhora da lanchonete começou o preparo do nosso trágico líquido.

Que coisa! Será que abacaxi com hortelã foi tramado pelo universo? As abelhas estão chegando. Por que vêm? Não sei, nem quero mais. Talvez viessem querendo meu abacaxi. Minha hortelã. Não se preocupem, elas ainda não chegaram.

Fomos - depois de receber e pagar nossos lanches - de volta ao nosso corredor. Os corredores do CCH são todos como uma espécie de 'sacada' amurada (perdoem minha descrição resumida, talvez coloque uma foto dele aqui). Ficamos encostados nesse murinho baixo eu, Adrianne e Maurícia. Meu suco comigo. Apoiamos nossos lanches na beirada do murinho. Meu suco ficou do lado de Dri. Acho que as abelhas já estavam por lá... Conversávamos sobre alguma coisa que esqueci. 
Percebi que eu havia derrubado abacaxi com hortelã. 
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Percebi que tinha abacaxi com hortelã em Dri, no chão, no corredor. Percebi que as abelhas zumbiam...
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Continuavam a zumbir... Ah! Sabe quando se lembra de quando zzzzzz você quebra alguma coisa? Lembro. Pois eu me lembrei naquele momento...
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Nem fazia um mês que eu havia chegado à casa da minha tia. Minha família é de outra cidade vim pra cá para estudar. Moro com ela. Nem havia completado um mês na casa dela. Estava na cozinha. Peguei um prato. Caiu. Alguém gritou longe: O QUE FOI ISSO?!!!! Espedaçou-se..............
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
As abelhas não estavam lá quando quebrei o prato da minha tia. Mas agora elas estão. Por quê? O zumbido das abelhas. Não sei. Quando era criança quebrei um aquário. Nem tinha mais peixe nele. Ninguém gritou naquele momento (não tinha ninguém em casa). E depois foi depois. Não me lembro de abelhas também...  Mas elas zzzzzumbeem  agora.

Muito engraçado Dri! Você não sabe zumbir? O que!? Ela apenas me disse algo nesse sentido:
- Foi nada amigo. - Não estou transcrevendo as palavras dela, não é minha intenção. Nem sei se ela se lembra desse episódio. Talvez tenha sido algo pouco significativo para ela. Ela só se limpou. Mas para alguém como eu que estava acostumado com abelhas, aquilo foi marcante. Adrianne não zumbiu para mim. Pelo menos eu não ouvi nada. Ela me surpreende(u) muito.
...

 Gente deixo claro que o que tentei esboçar aqui foi uma pequena homenagem a minha amiga Adrianne Almeida. Espero que me entendam. Essa minha amiga me levou a me 'desconstruir' nessa experiência, a qual dou grande valor (ambiguidade aqui, ok?). Não tenho alucinações auditivas com zumbido de abelhas. Acho que perceberam o que desejei comunicar. Se não, não importa.



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